Oceano Altântico, local que posso considerar "a minha casa". Desde o meu nascimento, há mais de 30 anos que sempre tive contacto próximo com a água salgada que banha toda a costa ocidental de Portugal Continental. Por ter vivido grande parte da minha vida a escaços quilómetros do oceano, que por errado costume chamamos de mar, desde cedo tive a oportunidade de experienciar e apaixonar-me pelos desportos náuticos, como o bodyboard, caça submarina, pesca apeada denominada de "rockfishing", entre outros.

Ainda me recordo perfeitamente do dia em que o meu pai, já pescador desde a sua infância, me ofereceu a minha primeira cana de pesca, teria eu talvez uns 10 anos de idade. Cana essa que já não utilizo mas guardo até aos dias de hoje. foi com aquela cana que aprendi a fazer lançamentos, que senti o meu primeiro peixe a "picar" na linha, que senti a força e o debater de um exemplar que havia acabado de ser ferrado.

Estas pequenas sensações tiveram um impacto gigante em mim, levando-me a ser um apaixonado pela arte da pesca apeada.

Com o passar dos anos, os conhecimentos foram-se aprofundando, dando aso à pesquisa de novas técnicas de pesca, que até então permaneciam desconhecidas ou demasiado complexas para uma simples criança.

Já em idade adulta decidi "mergulhar" no incrível mundo do spinning, pois tinha como sonho de pescador, um dia capturar um enorme robalo, e sentir toda a potência deste colosso do "mar" português.

Foram muitas, mas muitas horas junto à água a tentar aprimorar lançamentos, a perceber que tipo de material se adequava melhor a mim e às condições onde pescava, até que o dia chegou, e numa mística manhã de nevoeiro eu observei entre umas rochas salientes durante a maré vazia, um carreiro onde a água parecia um pouco mais revolta. Sem grandes esperanças, apenas com o receio de poder perder mais uma amostra naquelas pedras, lá lancei meio a medo. Durante a recuperação senti na cana uma prisão bastante forte e imediatamente pensei para comigo "mais uma que vou perder", quando nos segundos seguintes senti uma força contrária à minha que jamais tinha experienciado. Este peixe com o qual lutava não é o meu record atualmente, mas esta luta estou seguro que nunca a esquecerei. No momento em que o consegui "encostar" e por fim o içar no ar já com a mão segurando entre as guelras, não queria acreditar no que tinha acabado de acontecer. A minha primeira captura XL, o culminar de um sonho de pescador! Foi indiscritível o momento de felicidade vivido, na companhia do meu pai.

O pesqueiro onde nos encontravamos era muito peculiar, pois só apresenta as feições ideais quando o swell é baixo e a maré vazia tem grande amplitude. Naquele dia em que fomos à descoberta de novos spots, acidentalmente encontrei este recanto nas condições perfeitas para a prática da modalidade. Infelizmente com o virar da maré tivemos de recuar, arrumar o material e dar por terminada a jornada de pesca.

Esta captura XL teria sido a minha primeira, como tal, devido a uma certa inexperiência nestas "andanças", não tinha comigo nenhum saco ou mochila onde tamanho peixe coubesse, sendo obrigado a transportá-lo na mão. Eis que acontece um episódio no mínimo caricato! Poucos metros antes de chegar ao carro, encontramos um senhos que caminhava à beira mar pelo trilho, sobre as falésias, com um pato nos seus braços, tratando-o de forma ternurenta como um animal de estimação. Fiquei preplexo! O que fazia ali num sítio daqueles um homem com um pato nos braços?? Ao passar por ele cumprimentamo-lo, ao que ele responde: "Bom dia! Mas que belo robalo! Não quer trocar esse robalo por este pato?"

Esta pergunta dispultou uma gargalhada geral, e apesar de ser uma pergunta meramente cómica (estou eu em crer), levou-me a responder: Carne de pato já comi muita, mas robalo como este, é o primeiro!"

Alexandre Barradas

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